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Goiaba para indústria: o custo da matéria-prima
Há cinco anos, a variedade de goiaba destinada à indústria mais plantada no
estado de São Paulo era a Comum. Porém, ela vem sendo gradativamente substituída
pela Paluma, particularmente na região de Taquaritinga - principal região
produtora do estado (53% da área estadual). 1 Artigo registrado no CCTC-IEA sob o número
HP-05/2005
Essa variedade apresenta maior rendimento e permite a realização de podas em
diferentes épocas, propiciando uma desconcentração da oferta da fruta ao longo
do ano. Para a indústria, isso favorece a maior operacionalidade e, para o
produtor, viabiliza melhor remuneração, o que explica o fato de que essa
variedade já ocupe 60% da área plantada de goiaba destinada à indústria no
estado.
Em 2004, a área plantada com a fruta (variedades Comum e Paluma) no estado de
São Paulo totalizou 2.657 hectares, mantendo-se praticamente estável em relação
aos últimos três anos. Já a produção atingiu 73.644.900 kg - sendo 50.997 kg de
Paluma -, apresentando ligeiro crescimento.
O custo operacional calculado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) para a
etapa de manutenção do pomar na região de Taquaritinga, cultivado com a
variedade Comum, totalizou R$4.185,01 por hectare, ou R$ 94,01 por tonelada,
considerando uma produtividade de 44.460 kg ( tabela 1 ). Já para o pomar cultivado
com a variedade Paluma, embora o custo operacional tenha atingido R$4.807,38 por
hectare, a produtividade mais elevada, em média de 50.445 kg/ha, situa o custo
por tonelada em R$ 91,00 ( tabela 2 ).
Esse custo deverá garantir uma boa receita líquida ao produtor, que recebeu, em média, cerca R$ 160,00 por tonelada da fruta no exercício 2004, conforme o Sindicato Rural de Taquaritinga, sendo esperado que, em 2005, alcance R$165,00. Ressalte-se, entretanto, que a média de produtividade estadual para a Comum é de 25 t/ha, enquanto para a Paluma é de 36,7 t/ha, muito inferior à média da região de Taquaritinga, o que afeta, diretamente, a rentabilidade da cultura. 1
Data de Publicação: 17/02/2005
Autor(es):
Marina Brasil Rocha (mabrasil@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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