Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Janeiro a Setembro de 2024


 

1 - BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

No acumulado de janeiro a setembro de 2024, as exportações do estado de São Paulo1 somaram US$52,11 bilhões (20,4% do total nacional), e as importações2, US$56,58 bilhões (28,8% do total nacional), registrando déficit comercial de US$4,47 bilhões (Figura 1). Em relação ao mesmo período de 2023, houve queda nas exportações (-0,2%) e aumento nas importações (+4,0%); essa conjunção de desempenhos resultou no crescimento do déficit (+103,2%) no saldo da balança comercial paulista.



1.1 - Análise Setorial do Agronegócio

Na análise setorial do agronegócio3, comparando-se os valores no acumulado de janeiro a setembro de 2024 à igual período do ano anterior, o setor paulista apresentou aumento nas exportações (+9,2%), alcançando US$22,69 bilhões, bem como nas importações (+10,4%), totalizando US$4,24 bilhões; com esses resultados, o saldo da balança comercial do agro paulista obteve superávit de US$18,45 bilhões, 8,9% superior em relação aos nove primeiros meses de 2023 (Figura 1).

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do estado de janeiro a setembro de 2024 representou 43,5%, enquanto a participação das importações setoriais foi de 7,5% (Figura 1).

Há que se destacar que as exportações paulistas nos demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$29,42 bilhões, e as importações, US$52,34 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$22,82 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2024. Dessa forma, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$18,45 bilhões).

Na figura 2 é apresentado o comportamento mensal das exportações de janeiro a setembro de 2023 e 2024, em valores e suas respectivas variações. Ao se analisar os resultados obtidos no mês de setembro de 2024 em comparação com setembro de 2023, observa-se que os valores das exportações do agro paulista recuaram 3,3%, por conta das menores vendas dos produtos soja em grão (-57,5% em valores e -47,5% no volume) e do açúcar em valores (-9,3% em bruto e -12,4% do refinado), porém com aumentos nos volumes embarcados (5,3% e 1,1%, respectivamente). Em compensação, houve aumento nos valores para o café verde (+121,6%), produtos de celulose (+15,0%), carne bovina (+39,0%) e suco de laranja (+27,5%, mesmo com a redução de 22,8% no volume embarcado).



1.2 - Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista de janeiro a setembro de 2024 foram: complexo sucroalcooleiro (US$9,15 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 93,0% e o álcool etílico – etanol, 7,0%), carnes (US$2,49 bilhões, em que a carne bovina respondeu por 83,9%), produtos florestais (US$2,35 bilhões, com participações de 54,3% de celulose e 38,0% de papel), complexo soja (US$2,10 bilhões, dos quais a soja em grão participa com 78,8%) e o grupo de sucos (US$2,00 bilhões, sendo 98,0% referentes a suco de laranja). Esses cinco agregados representaram 79,7% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1). Já o grupo do café, tradicional cultura do estado de São Paulo, aparece em sexto lugar, com vendas de US$944,21 milhões (71,4% referentes ao café verde e 24,5% de café solúvel).

Ainda de acordo com a tabela 1, nos nove primeiros meses de 2024, em comparação com igual período de 2023, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos da pauta paulista, com aumento para os grupos do café (+38,3%), dos sucos (+30,2%), complexo sucroalcooleiro (+23,0%), dos florestais (+15,5%) e de carnes (+9,1%); e queda no grupo complexo soja (-34,9%). Embora se encontre em 11º lugar na lista de exportações, note-se que houve uma variação negativa de 42,6% do grupo Cereais, farinhas e preparações, impactado pela menor exportação do milho em grão. Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.



1.3 - Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Paulista

Os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio paulista no acumulado de janeiro a setembro de 2024, frente ao mesmo período do ano anterior, são apresentados na tabela 2.


Desses grupos relevantes, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação nas exportações paulistas (40,3%). No total, o grupo subiu 23,0% em valores e 30,5% em volumes exportados, puxado pelo bom desempenho das vendas externas do açúcar (+31,5% em valores e +35,2% em volume). Para o álcool (biocombustível), as exportações apresentaram quedas em volume (-21,9%) e em valores (-33,5%), quando comparados a janeiro a setembro de 2023. Os destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação em valores dos países, e os resultados apresentam como principais compradores: Emirados Árabes Unidos (8,4%), China (8,1%), Indonésia (8,0%), Índia (7,7%), Marrocos (5,2%), Bangladesh (4,8%), Nigéria (4,7%), Egito e Argélia (4,6%, cada), Arábia Saudita (4,1%), Estados Unidos (3,7%) e demais países (36,1%).

Na segunda posição de janeiro a setembro de 2024, aparece o grupo de carnes com 11,0% de participação na pauta paulista, que apresentou altas em valores (+9,1%) e em volumes embarcados (+14,5%) em relação ao mesmo período de 2023. A carne bovina, principal produto com 83,9% de contribuição no grupo, somou aumentos de 12,3% em valores e de 22,0% no volume exportado. Para a carne de frango, segundo produto com 13,8% de participação no grupo, o desempenho obtido registrou diminuição das vendas, tanto em valores (-13,2%) quanto em volumes (-1,2%). A carne suína (0,4% de participação) apresentou resultados positivos em valores (+105,9%) e na quantidade embarcada (+123,1%). Os principais destinos em participação são China (45,4%), Estados Unidos (13,0%), União Europeia (6,0%), Hong Kong (4,7%), Filipinas (4,3%) e Arábia Saudita (2,8%), enquanto os demais países compradores somam 23,8% de participação.

O grupo dos produtos florestais ocupa a terceira posição na pauta paulista com 10,3% de participação, e seu desempenho foi de aumentos em valores (+15,5%) e na quantidade embarcada (+2,1%) em relação a igual período do ano anterior. As exportações dos produtos de celulose, principal item do grupo, apresentou aumento em valores (+21,7%) e queda nos embarques (-3,0%). Já o papel obteve variações positivas para os valores (+8,8%) e volume (+21,3%). O principal destino em participação de valores exportados é a China (32,9%), seguida de União Europeia (16,8%), Estados Unidos (9,5%), Argentina (4,7%), Peru (4,6%), Chile (3,8%) e Colômbia (3,4%); outros países somam 24,3% de participação.

Para o grupo composto pelo complexo soja (na 4ª posição e 9,3% de participação), no período analisado apresentou reduções nos embarques (-20,7%) e em valores (-34,9%), acompanhando o comportamento da soja em grão, principal produto do grupo, com variação negativa para valores (-39,0%) e nos volumes (-25,5%). A China (65,0%) é o principal destino em termos de participação de valores, seguida da União Europeia (5,9%), Tailândia (5,1%), Indonésia (4,7%), Irã e Índia (3,6%, cada); os demais importadores somam 12,1%.

No grupo de sucos (5ª posição e 8,8% de representatividade na pauta paulista), o suco de laranja (FCOJ concentrado e congelado) registrou aumento de 38,7% no valor e redução de 17,2% no volume exportado. Para o suco NFC (não congelado, valor brix <=20), as vendas externas ganharam em valores (+29,0%) e queda em volumes (-5,0%). Já os outros sucos de laranja não fermentados obtiveram alta em valores de 25,8% e queda de 29,9% em volumes. A variação total das exportações do grupo de sucos foi positiva em valores (+30,2%), puxados pela valorização dos preços dos sucos no período analisado (FCOJ 67,4%, NFC 35,8% e outros sucos de laranja não fermentados 79,4%), uma vez que houve diminuição nos volumes embarcados (-8,5%). Os maiores compradores desse grupo são União Europeia (53,6%), Estados Unidos (32,4%), China (5,5%) e Japão (3,9%); os demais compradores têm 4,6% de participação.

Para o grupo do café, os resultados apontaram crescimentos de 38,3% nos valores e 32,9% no volume das exportações paulistas. O principal produto deste grupo é o café verde, apresentando bom desempenho com aumentos nas vendas externas de 46,6% em valores e de 40,2% em quantidades exportadas pelo estado. Já o café solúvel obteve incrementos de 34,6% em valores e 14,7% em volume comercializado. A União Europeia é o principal destino e suas compras representam 42,6% do valor exportado. Na sequência aparecem Estados Unidos (15,8%), Japão (5,6%), Canadá (4,8%), Argentina (3,3%), Coreia do Sul (3,0%) e Reino Unido (2,7%); os demais países participam com 22,2%.

                          

1.4 - Destinos das Exportações do Agronegócio Paulista    

Em relação aos destinos das exportações do agronegócio paulista no acumulado de janeiro a setembro de 2024, a China é o principal destino das exportações do estado de São Paulo, com US$4,58 bilhões e detém 20,2% de participação no total do agro paulista, contudo registrou variação negativa de 15,1% em relação ao valor do mesmo período de 2023, por conta das reduções das compras de soja pelos chineses e do preço médio do grão no mercado internacional. Na segunda posição aparece a União Europeia (US$2,84 bilhões, 12,5% de participação e crescimento de 14,2% no período analisado), seguido pelos Estados Unidos (US$2,36 bilhões, participação de 10,4% e variação positiva 14,6%). Na sequência, completando os 10 principais destinos em termos de participação, aparecem Indonésia (3,9%), Emirados Árabes Unidos (3,8%), Índia (3,7%), Bangladesh e Arábia Saudita (2,2%, cada), Argélia e Egito (2,1%, cada). A tabela 3 apresenta os 20 principais destinos das exportações paulistas em 2024, que somados representam 77,8% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos.


Ainda de acordo com a tabela 3, observa-se uma diferenciação na composição das pautas dos principais parceiros comerciais do agronegócio paulista. A China importou principalmente produtos dos grupos complexo soja (29,9%), carnes (24,7%), produtos florestais (16,8%) e sucroalcooleiro (16,1%), enquanto na União Europeia, entre os principais produtos da pauta de importações paulista, predominam os produtos do grupo de sucos (37,7%, basicamente suco de laranja) e destaques para café (14,1%) e produtos florestais (13,9%). Já os Estados Unidos apresentam pauta mais diversificada, composta principalmente pelos sucos (27,4%), sucroalcooleiro (14,1%), grupo das carnes (13,7%), produtos florestais (9,4%), café (6,3%) e os demais grupos (28,9%). Na sequência, do 4º ao 15º principais países destinos, apresentam elevada concentração de suas importações no complexo sucroalcooleiro, acima de 70% de representatividade. O Canadá, que se encontra na 17º posição na lista de destinos, participou no período analisado com 16% das exportações do café paulista.

1.5 - Importações do Agronegócio Paulista

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista no acumulado de janeiro a setembro de 2024 foram: salmões (US$343,08 milhões), papel (US$300,92 milhões), trigo (US$248,71 milhões), produtos têxteis de algodão (US$165,57 milhões), leite em pó (US$160,82 milhões), outras rações para animais domésticos (US$158,37 milhões), demais peixes (US$144,33 milhões) e arroz (US$139,86 milhões).  Observou-se queda das importações de azeite de oliva devido à quebra de produção nos países produtores, o que levou a acentuado alto dos preços de importação e ao mercado consumidor. A figura 3 apresenta os dez principais produtos que representam 44,3% (US$1,88 bilhão) do total importado (US$4,24 bilhões).

 

2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL

A balança comercial brasileira registrou superávit de US59,12 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2024, com exportações de US$255,46 bilhões e importações de US$196,34 bilhões. Esse resultado apresenta queda de 17,4% no saldo da balança em relação a igual período de 2023, quando alcançou um superávit de US$71,61 bilhões (Figura 4).


 

2.2 - Análise Setorial do Agronegócio

Na análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro nos nove primeiros meses de 2024 apresentaram redução de 0,2% em relação ao mesmo período do ano anterior (Figura 4), alcançando o valor de US$125,89 bilhões (49,3% do total nacional). As importações subiram 15,9% no período, registrando US$14,47 bilhões (7,4% do total nacional).

O saldo da balança comercial dos agronegócios registrou superávit de US$111,42 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2024, sendo -2,0% inferior na comparação com igual período de 2023 (Figura 4).

Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$129,57 bilhões e importações de US$181,87 bilhões, produziram um déficit de US$52,30 bilhões no acumulado até setembro de 2024.

 

2.2 – Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro no acumulado de janeiro a setembro de 2024 foram: complexo soja (US$47,32 bilhões, tendo a soja em grão 82,3% de participação e farelo de soja, 15,5%), carnes (US$18,87 bilhões, com as carnes bovina, de frango e suína representando desse total, respectivamente, 48,5%, 37,9% e 11,3%), grupo sucroalcooleiro (US$14,76 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 94,3% e o álcool etílico – etanol, 5,6%), produtos florestais (US$12,82 bilhões, com participações de 60,9% de celulose e 24,1% de madeira) e café (US$8,36 bilhões com participação de 91,6% do café verde e 7,6% do café solúvel). Esses cinco grupos agregados representaram 81,1% das vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 4).



Ainda conforme a tabela 4, na comparação com o valor acumulado dos nove primeiros meses de 2023, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos do agronegócio brasileiro, com destaque positivo para os grupos café (+49,5%), complexo sucroalcooleiro (+29,0%), florestais (+17,8%) e carnes (+7,0%), enquanto o grupo complexo soja (-16,3%) apresentou redução. Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.

 

2.3 - Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Brasileiro

A tabela 5 apresenta os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio brasileiro e suas respectivas variações nos meses de janeiro a setembro de 2024, em relação igual período de 2023.

Desses grupos relevantes, o grupo complexo soja é o que apresenta a maior participação em valores nas exportações do agro brasileiro (37,6%). No acumulado até setembro/24, o grupo reduziu -16,3% em valores e aumentou 1,5% em volumes exportados. O desempenho da soja em grão impactou nesse resultado, com perdas de -14,5% nos valores e incremento de 2,6% nas quantidades exportadas. Para o óleo de soja, os embarques apresentaram quedas em receitas de -54,5% e de -48,3% nos embarques, enquanto o farelo de soja teve redução de -16,0% em valores e elevação de 1,5% em volume. A China representa 60,5% das compras em valores desse grupo, seguida por União Europeia (12,4%), Tailândia (4,4%) e Irã (2,9%); os demais países importadores somam 19,8%.

O grupo de carnes aparece na segunda posição na pauta brasileira (15,0% de participação), apresentando ganhos de 7,0% em valores e 8,2% em volume em relação ao período de janeiro a setembro de 2023. A carne bovina teve aumentos em valores (+19,9%) e no volume exportado (+27,8%). Para a carne de frango, foram registradas redução em valores (-3,9%) e leve aumento nos embarques (+0,7%), e para carne suína, estabilidade em valores (0,0%) e crescimento na quantidade (+6,0%). Neste grupo, a China se destacou como principal destino, com 28,8% das compras de carnes; na sequência aparecem Emirados Árabes Unidos (7,0%), Estados Unidos (4,8%), Japão e União Europeia (4,7%, cada), Arábia Saudita (4,4%), Filipinas e Chile (4,0%, cada) e Hong Kong (3,7%); os demais países somam 33,9% de participação.

Na terceira posição, com 11,7% de participação, destaca-se o grupo sucroalcooleiro, que entre janeiro e setembro de 2024 apresentou aumentos de 29,0% em valores e 31,9% em volumes exportados, devido ao crescimento das vendas externas do açúcar (+36,0% em valores e +35,3% em volume). Para o álcool (biocombustível), as vendas externas tiveram quedas de -17,6% nos embarques e de -30,3% em valores, quando comparados ao mesmo período do ano anterior. Assim como no estado de São Paulo, os destinos


 

das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação dos países. Os resultados apontam sequência composta por Indonésia (8,3%), China (7,7%), Índia (7,6%), Emirados Árabes Unidos (6,8%), Argélia (5,6%), Egito (5,2%), Marrocos e Estados Unidos (4,3%, cada), Nigéria (3,8%) e os demais países importadores somam 46,4% de participação.

O grupo de produtos florestais (4ª posição e 10,2% de participação), no período analisado registrou aumentos para valores (+17,8%) e no volume exportado (+1,9%). As variações de valores e volume foram de, respectivamente, +29,6% e +1,0% para a celulose (principal item do grupo), +1,5% e +0,2% para a madeira, e +5,9% e +15,6% para o papel. Os principais países importadores deste grupo são China (26,0%), Estados Unidos (21,7%), União Europeia (20,5%), México (3,4%) e Argentina (2,6%); os demais países participam com 25,8%.

O grupo do café (5ª posição e 6,6% de participação) apresentou aumentos em valores (+49,5%) e em quantidade (+42,2%), puxado pelo café verde, principal produto do grupo, com variações positivas de 53,0% em valores, e 44,2% em quantidades exportadas pelo país. Quanto às participações dos países destinos das exportações em valores, a União Europeia representa 47,1% desse grupo, seguida por Estados Unidos com 15,9%, Japão (5,0%), Turquia (2,8%) e Reino Unido (2,6%); os demais países somam 26,6% de participação.


2.4 - Destinos das Exportações do Agronegócio Brasileiro

Em relação aos destinos das exportações do agronegócio brasileiro no acumulado de janeiro a setembro de 2024, a China (US$41,43 bilhões, 32,9% de participação e variação negativa de 10,4% em relação ao ano anterior) é o principal destino das exportações do Brasil, seguida da União Europeia (US$17,44 bilhões, 13,8% de participação em 2024 e variação positiva de 4,7%) e dos Estados Unidos (US$8,50 bilhões, participação de 6,8% e crescimento de 18,4%). A tabela 6 apresenta os 20 principais destinos das exportações brasileiras até setembro/24, que somados representam 82,5% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos.      

A China importou principalmente produtos do complexo soja (69,1%), carnes (13,1%) e produtos florestais (8,1%), enquanto a União Europeia entre os principais produtos da pauta de importações, predominam os setores de grupo complexo soja (33,6%) e, destaques para café (22,2%) e os produtos florestais (15,0%). Já os Estados Unidos apresentam em sua pauta principalmente os grupos produtos florestais (32,7%), café (15,6%), carnes (10,7%), sucroalcooleiro (7,4%) e os demais grupos (32,0%).

 

2.5 - Importações do Agronegócio Brasileiro

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio brasileiro no acumulado de janeiro a setembro de 2024 foram: trigo (US$1,28 bilhão, contabilizando 5,15 milhões de toneladas, 61,9% superior ao volume importado em relação ao mesmo período de 2023), papel (US$728,73 milhões), salmões (US$671,08 milhões), azeite de oliva (US$639,81 milhões), arroz (US$559,57 milhões, com importação de 894,43 mil toneladas, 9,2% maior em relação ao mesmo período de 2023), produtos têxteis de algodão (US$ 523,28 milhões) e malte (US$517,00 milhões). A figura 5 apresenta os dez principais produtos que representam 43,1% (US$6,24 bilhões) do total importado (US$14,47 bilhões).


 

3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL

A participação paulista no total da balança comercial brasileira (todos os setores da economia) apresentou queda entre os meses de janeiro a setembro de 2024. As exportações caíram 0,2 ponto percentual, e as importações, 1,1p.p., apontando valores de 20,4% nas exportações e de 28,8% de representatividade para as importações (Figura 6).


Figura 6 - Participações da balança comercial paulista no total do Brasil e do agronegócio paulista no brasileiro, janeiro a setembro de 2023 e 2024.

Fonte: Elaborada pelos autores a partir de dados do MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS. Sistema ComexStat. Brasília: MDIC, 2024. Disponível em: http://comexstat.mdic.gov.br. Acesso em: out. 2024; organizado conforme a classificação dos grupos de produtos dos agronegócios do MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA. Agrostat. Brasília: MAPA, 2024. Disponível em: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html. Acesso em: out. 2024.

Para o agronegócio, as exportações setoriais de São Paulo de janeiro a setembro de 2024 representaram 18,0% do agronegócio brasileiro, alta de 1,5 p.p. comparados ao mesmo período do ano anterior, enquanto as importações recuaram em 1,4 p.p. fechando em 29,3% (Figura 6).

Em relação aos principais estados exportadores em valores, São Paulo aparece na primeira posição com 18,0% de participação, o estado de Mato Grosso (17,3%) aparece na segunda posição. Em terceiro lugar está o estado do Paraná (11,5%), seguido por Minas Gerais (10,1%), Rio Grande do Sul (8,7%) e Goiás (6,6%) (Figura 7). Esses seis estados somados representam 72,2% das exportações totais do agro brasileiro no acumulado até setembro de 2024.



A participação dos grupos do agronegócio paulista no agronegócio nacional de janeiro a setembro de 2024 se destacou nos seguintes grupos de produtos, cuja participação em valores ultrapassa 50% do total nacional: sucos (85,9%), produtos alimentícios diversos (74,0%), Plantas vivas e produtos de floricultura (66,0%), complexo sucroalcooleiro (62,0%) e demais produtos de origem vegetal (61,9%) (Tabela 7).


 

1Estado produtor (unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

 

2Estado importador (unidade da Federação importadora) é definido como a unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.

 

3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos na opção Tabela de Agrupamentos em MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Agrostat. Brasília: MAPA, 2024.  Disponível em: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html. Acesso em: out. 2024.

 

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações, comércio exterior, grupo de produtos, superávit, saldo.



 

 

COMO CITAR ESTE ARTIGO

OLIVEIRA, M. D. M.; GHOBRIL, C. N.; ANGELO, J. A. Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Janeiro a Setembro de 2024. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 19, n. 10, p. 1-19, out. 2024. Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.

Data de Publicação: 24/10/2024

Autor(es): Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor