Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Primeiro Semestre de 2024


 

1 - BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

No acumulado do primeiro semestre de 2024, as exportações do estado de São Paulo1 somaram US$33,17 bilhões (19,8% do total nacional), e as importações2, US$36,13 bilhões (28,8% do total nacional), registrando déficit comercial de US$2,96 bilhões (Figura 1). Em relação ao mesmo período de 2023, houve queda nas exportações (-1,4%) e aumento nas importações (+0,3%); essa conjunção de desempenhos resultou no crescimento do déficit (+24,9%) no saldo da balança comercial paulista.

1.1 – Análise Setorial do Agronegócio

Na análise setorial do agronegócio3, comparando-se os valores no acumulado do primeiro semestre de 2024 a igual período do ano anterior, o setor paulista apresentou aumentos nas exportações (+8,9%), alcançando US$14,00 bilhões, e também nas importações (+7,3%), totalizando US$2,78 bilhões; com esses resultados, o saldo da balança comercial obteve um superávit de US$11,22 bilhões, 9,4% superior em relação ao primeiro semestre de 2023 (Figura 1).

 

Ao se analisarem os resultados obtidos no mês de junho de 2024 em comparação com junho de 2023, observa-se que os valores das exportações do agro paulista recuaram 16,2% (Figura 2), impactado pelas menores vendas dos produtos soja em grão (-26%), açúcar (-36%) e carne bovina (-18%). Por outro lado, houve aumentos nos valores para o suco de laranja (55%), café verde (45%) e celulose (104%). Mesmo com a queda do açúcar (principal produto na pauta paulista) e da carne bovina no mês de junho, o resultado para o primeiro semestre de 2024 mostram se positivos.

Salienta-se que o valor de 16% de queda das exportações divulgados em junho pelo Comexstat do MDIC poderão ser modificados, uma vez que esses dados são periodicamente revisados, e provavelmente será atualizado na divulgação no mês de agosto, com possibilidade de aumentar o valor das vendas externas e consequente diminuição desse percentual.

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do estado no primeiro semestre de 2024 foi de 42,2%, enquanto a participação das importações setoriais foi de 7,7% (Figura 1).

Há que se destacar que as exportações paulistas nos demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$19,17 bilhões, e as importações, US$33,35 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$14,18 bilhões no primeiro semestre de 2024. Dessa forma, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$11,22 bilhões).

 

1.2 - Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista no primeiro semestre de 2024 foram: complexo sucroalcooleiro (US$5,18 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 91,1% e o álcool etílico – etanol, 8,9%), produtos florestais (US$1,54 bilhão, com participações de 53,0% de celulose e 39,7% de papel), complexo soja (US$1,54 bilhão, dos quais a soja em grão participa com 82,3%), carnes (US$1,51 bilhão, em que a carne bovina respondeu por 83,3%) e grupo de sucos (US$1,15 bilhão, sendo 97,7% referentes a suco de laranja). Esses cinco agregados representaram 78,0% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1). Já o grupo do café, tradicional cultura do estado de São Paulo, aparece em sexto lugar, com vendas de US$634,95 milhões (74,2% referentes ao café verde e 22,4% de café solúvel).

Ainda de acordo com a tabela 1, no primeiro semestre de 2024 e na comparação igual período de 2023, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos da pauta paulista, com aumentos para os grupos complexo sucroalcooleiro (+35,8%), do café (+29,6%), dos sucos (+19,1) e de florestais (+17,4%); e queda no grupo complexo soja (-39,7%) e de carnes (-0,5%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.



1.3 - Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Paulista

Os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio paulista no acumulado do primeiro semestre de 2024, frente ao mesmo período do ano anterior, são apresentados na tabela 2.

Desses grupos relevantes, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação nas exportações paulistas (37,0%). No total, o grupo subiu 35,8% em valores e 31,9% em volumes exportados, puxado pelo bom desempenho das vendas externas do açúcar (+43,0% em valores e +33,5% em volume). Para o álcool, os embarques apresentaram crescimento de 13,1% em volume e variação negativa de 9,9% em valores, quando comparados com o primeiro semestre de 2023. Os destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação em valores dos países, e os resultados apresentam como principais compradores: Indonésia (9,0%), Índia (8,4%), Emirados Árabes Unidos (7,3%), Bangladesh (6,7%), Argélia (5,1%), Marrocos (5,0%), Arábia Saudita (4,8%), Nigéria (4,7%), Egito (4,6%), Iraque (3,9%), China e Estados Unidos (3,7%, cada), Coreia do Sul (3,5%) e demais países (29,6%).

Na segunda posição no primeiro semestre de 2024, aparece o grupo dos produtos florestais, e seu desempenho foi de aumentos em valores (+17,4%) e na quantidade embarcada (+11,8%) em relação a igual período do ano anterior. As exportações dos produtos de celulose, principal item do grupo, apresentaram aumentos nos valores (+24,1%) e nos embarques (+7,0%). Já o papel obteve variações positivas para os valores (+11,8%) e volume (+31,6%). O principal destino em participação de valores exportados é a China (33,2%), seguida de União Europeia (15,9%), Estados Unidos (9,3%), Peru (4,9%), Argentina (4,8%), Colômbia (3,6%) e Chile (3,2%); outros países somam 25,1% de participação.

O grupo composto pelo complexo soja ocupa a terceira posição na pauta paulista, no período analisado apresentou reduções nos embarques (-25,4%) e em valores (-28,7%), acompanhando o comportamento da soja em grão, principal produto do grupo, com variação negativa para valores (-42,4%) e nos volumes (-28,7%). A China (68,3%) é o principal destino em termos de participação de valores, seguida de Tailândia (5,2%), União Europeia (5,1%) e Irã (3,9%); os demais importadores somam 17,5%.

O grupo de carnes (na 4ª posição) apresentou pequena redução em valores (-0,5%) e aumentos em volumes embarcados (+6,8%) em relação ao mesmo período de 2023. A carne bovina, principal produto com 83,3% de contribuição no grupo, registrou aumentos de 2,8% em valores e de 14,4% no volume exportado. Para a carne de frango, segundo produto com 14,6% de participação no grupo, o desempenho obtido mostrou diminuição das vendas, tanto em valores (-21,1%) quanto em volumes (-7,3%). A carne suína (0,2% de participação) apresentou resultados negativos em valores (-25,4%) e na quantidade embarcada (-23,1%). Os principais destinos em participação são China (44,6%), Estados Unidos (13,3%), União Europeia (5,8%),

Hong Kong (5,3%), Filipinas (3,7%) e Arábia Saudita (3,2%), enquanto os demais países compradores somam 24,1% de participação.

No grupo de sucos, o suco de laranja (FCOJ concentrado e congelado) registrou aumento de 17,9% no valor e redução de 20,9% no volume exportado. Para o suco NFC (não congelado, valor brix <=20), as vendas externas ganharam em valores (+15,8%) e queda em volumes (-2,0%). Já os outros sucos de laranja não fermentados obtiveram alta em valores de 27,1% em valores e queda de 16,5% em volumes. A variação total das exportações do grupo de sucos foi positiva em valores (+19,1%) e negativa em volume (-5,6%). Os maiores compradores desse grupo são União Europeia (52,1%), Estados Unidos (30,9%), China (7,0%) e Japão (4,5%); os demais compradores têm 5,5% de participação.

Para o grupo do café, os resultados apontaram crescimentos de 29,6% nos valores e 32,2% no volume das exportações paulistas. O principal produto deste grupo é o café verde, apresentando bom desempenho com aumentos nas vendas externas de 38,8% em valores e de 40,1% em quantidades exportadas pelo estado. Já o café solúvel obteve incrementos de 21,8% em valores e de 9,8% em volume comercializado. A União Europeia é o principal destino e suas compras representam 42,7% do valor exportado. Na sequência aparecem Estados Unidos (16,9%), Japão (5,8%), Canadá (4,3%), Coreia do Sul (3,0%), Argentina (2,8%), Reino Unido (2,7%); os demais países participam com 21,8%.

 

1.4 - Destinos das Exportações do Agronegócio Paulista

Em relação aos destinos das exportações do agronegócio paulista no primeiro semestre de 2024, a China é o principal destino das exportações do estado de São Paulo com US$2,88 bilhões, detendo 20,6% de participação no total do agro paulista. Contudo, registrou variação negativa de 13,7% em relação ao valor do primeiro semestre de 2023, por conta das reduções do preço da soja e das compras de soja pelos chineses. Na segunda posição aparece a União Europeia (US$1,74 bilhão, 12,4% de participação e crescimento de 7,7% no período analisado), seguido pelos Estados Unidos (US$1,44 bilhão, participação de 10,3% e variação positiva 9,0%). Na sequência, completando os dez principais destinos em termos de participação, aparecem Indonésia (3,9%), Índia (3,8%), Emirados Árabes Unidos (3,1%), Bangladesh (2,8%), Arábia Saudita (2.3%), Argélia (2,1%) e Egito (2,0%). A tabela 3 apresenta os 20 principais dos 177 destinos das exportações paulistas em 2024, que somados representam 78,0% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos.

Ainda de acordo com a tabela 3, observa-se uma diferenciação na composição das pautas dos principais parceiros comerciais do agronegócio paulista. A China importou principalmente produtos dos grupos complexo soja (36,5%), carnes (23,4%), produtos florestais (17,8%) e sucroalcooleiro (6,7%), enquanto para a União Europeia, entre os principais pro-

dutos da pauta de importações paulista, predominam os produtos do grupo de sucos (34,5%, basicamente suco de laranja), com destaques para café (15,6%) e produtos florestais (14,1%). Já os Estados Unidos apresentam pauta mais diversificada, composta principalmente pelos sucos (24,7%), grupo das carnes (13,9%), sucroalcooleiro (13,4%), produtos florestais (10,0%), café (7,5%) e os demais grupos (30,5%). Na sequência, entre os 20 principais importadores, 15 países têm elevada concentração de suas importações no complexo sucroalcooleiro, tendo 10 países com representatividade acima de 80%.


 

1.5 - Importações do Agronegócio Paulista

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista no primeiro semestre de 2024 foram: salmões (US$233,39 milhões), papel (US$195,71 milhões), trigo (US$156,35 milhões), demais peixes (US$109,06 milhões) e arroz (US$ 99,01 milhões). A figura 3 apresenta os dez principais produtos que representam 44,4% (US$1,23 bilhão) do total importado (US$2,78 bilhões).

 

2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$42,31 bilhões no acumulado no primeiro semestre de 2024, com exportações de US$167,61 bilhões e importações de US$125,30 bilhões. Esse resultado apresenta queda de 5,2% no saldo da balança em relação a igual período de 2023, quando alcançou um superávit de US$44,62 bilhões (Figura 4).

2.1 - Análise Setorial do Agronegócio

Na análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro no primeiro semestre de 2024 apresentaram redução de -0,4% em relação ao mesmo período do ano anterior (Figura 4), alcançando o valor de US$82,39 bilhões (49,2% do total nacional). As importações subiram 14,2% no período, registrando US$9,51 bilhões (7,6% do total nacional).

O saldo da balança comercial dos agronegócios registrou superávit de US$72,88 bilhões no acumulado do primeiro semestre de 2024, sendo 2,0% inferior na comparação com igual período de 2023 (Figura 4).

Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$85,22 bilhões e importações de US$115,79 bilhões, produziram um déficit de US$30,57 bilhões no primeiro semestre de 2024.


2.2 - Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro no primeiro semestre de 2024 foram: complexo soja (US$33,53 bilhões, tendo a soja em grão 83,2% de participação e farelo de soja, 14,9%), carnes (US$11,81 bilhões, com as carnes bovina, de frango e suína representando desse total, respectivamente, 48,1%, 38,6% e 10,8%), grupo sucroalcooleiro (US$9,22 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 93,9% e o álcool etílico – etanol, 6,1%), produtos florestais (US$8,34 bilhões, com participações de 59,6% de celulose e 25,1% de madeira) e café (US$5,31 bilhões com participação de 91,9% do café verde e 7,3% do café solúvel). Esses cinco grupos agregados representaram 82,7% das vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 4).

Ainda conforme a tabela 4, na comparação com o valor acumulado do primeiro semestre de 2023, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos do agronegócio brasileiro, com destaque positivo para os grupos complexo sucroalcooleiro (+54,1%), café (+46,1%), florestais (+11,9%) e carnes (+1,6%), enquanto o grupo complexo soja (-17,6%) apresentou redução. Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.


 

 

2.3 - Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Brasileiro

A tabela 5 apresenta os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio brasileiro e suas respectivas variações no primeiro semestre de 2024, em relação igual período de 2023.

Desses grupos relevantes, o grupo complexo soja é o que apresenta a maior participação em valores nas exportações brasileiras (40,7%). No acumulado até junho de 2024, o grupo reduziu 17,6% em valores e aumentou 1,7% em volumes exportados. O desempenho da soja em grão impactou nesse resultado, com perdas de 16,4% nos valores e incremento de 2,2% nas quantidades exportadas. Para o óleo de soja, os embarques apresentaram quedas em receitas de 62,1% e de 55,7% nos embarques, enquanto o farelo de soja teve redução de 12,5% em valores e elevação de 6,5% em volume. A China representa 60,3% das compras em valores desse grupo, seguida por União Europeia (12,0%), Tailândia (4,2%), Irã (3,0%), Turquia (2,8%) e Indonésia (2,5%); os demais países importadores somam 15,2%.

O grupo de carnes aparece na segunda posição na pauta brasileira (14,3% de participação), apresentando ganhos de 1,6% em valores e 5,8% em volume em relação ao primeiro semestre de 2023. A carne bovina teve aumentos em valores (+16,9%) e no volume exportado (+27,1%). Para a carne de frango, houve redução em valores (-10,1%) e nos embarques (-1,3%), e para carne suína, perdas em valores (-8,6%) e aumento na quantidade (+1,9%). Neste grupo, a China se destacou como principal destino, com 28,6% das compras de carnes; na sequência aparecem Emirados Árabes Unidos (7,9%), Arábia Saudita (4,9%), União Europeia, Japão e Estados Unidos (4,6%, cada), Chile (3,9%) e Hong Kong (3,8%); os demais países somam 37,2% de participação.

Na terceira posição, com 11,2% de participação, aparece o grupo sucroalcooleiro, que no primeiro semestre de 2024 apresentou aumentos de 54,1% em valores e 46,5% em volumes exportados, devido ao crescimento das vendas externas do açúcar (+62,8% em valores e +49,1% em volume). Para o álcool (biocombustível), foram registradas aumento de 7,5% nos embarques e queda de 15,2% em valores, quando comparados ao mesmo período do ano anterior. Assim como no estado de São Paulo, os destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação dos países. Os resultados apontam sequência composta por Indonésia (9,0%), Índia (8,7%), Emirados Árabes Unidos (7,0%), Argélia (5,2%), Egito (4,9%), Arábia Saudita e Bangladesh (4,7%, cada), Estados Unidos (4,5%) e China (4,3%), os demais países importadores somam 47,0% de participação.



O grupo de produtos florestais ocupa a 4ª posição e registrou aumentos para valores (+11,9%) e no volume exportado (+2,2%). As variações de valores e volume foram de, respectivamente, +19,5% e +3,1% para a celulose (principal item do grupo), +0,5% e -4,1% para a madeira, e +5,3% e +19,0% para o papel. Os principais países importadores deste grupo são China (25,4%), Estados Unidos (22,3%), União Europeia (20,1%), México (3,6%) e Argentina (2,7%); os demais países participam com 25,9%.

O grupo do café apresentou aumentos em valores (+46,1%) e em quantidade (+52,1%), puxado pelo café verde, principal produto do grupo, com variações positivas de 49,7% em valores, e 54,6% em quantidades exportadas pelo país. Quanto às participações dos países destinos das exportações em valores, a União Europeia representa 46,5% desse grupo, seguida por Estados Unidos com 17,2%, Japão (5,0%), Reino Unido (3,0%) e Turquia (2,9%); os demais países somam 25,4% de participação.

 

2.4 - Destinos das Exportações do Agronegócio Brasileiro 

Em relação aos destinos das exportações do agronegócio brasileiro no primeiro semestre de 2024, a China (US$28,45 bilhões, 34,5% de participação e variação negativa de -7,4% em relação ao ano anterior) é o principal destino das exportações do Brasil, seguida da União Europeia (US$11,06 bilhões, 13,4% de participação em 2024 e variação negativa de -0,8%) e dos Estados Unidos (US$5,52 bilhões, participação de 6,7% e variação positiva de 16,6%). A tabela 6 apresenta os 20 principais dos 201 destinos das exportações brasileiras no primeiro semestre de 2024, que somados representam 83,5% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos.  

A China importou principalmente produtos do complexo soja (71,0%), carnes (11,9%) e produtos florestais (7,5%), enquanto a União Europeia que entre os principais produtos da pauta de importações, predominam os produtos do grupo complexo soja (36,3%), com destaques para café (22,3%) e produtos florestais (15,2%). Já os Estados Unidos apresentam em sua pauta principalmente os grupos produtos florestais (33,6%), café (16,6%), carnes (9,8%), sucroalcooleiro (7,5%) e os demais grupos (30,6%).

 

2.5 - Importações do Agronegócio Brasileiro

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio brasileiro no primeiro semestre de 2024 foram: trigo (US$819,89 milhões, contabilizando 3,77 milhões de toneladas, 62,4% superior ao volume importado em relação ao mesmo período de 2023), salmões (US$462,54 milhões), papel (US$460,17 milhões), azeite de oliva (US$439,48 milhões), arroz (US$356,28 milhões, com importação de 586 mil toneladas, 10,8% maior em relação ao primeiro semestre de 2023) e malte (US$348,84 milhões). A figura 5 apresenta os dez principais produtos que representam 42,8% (US$4,07 bilhões) do total importado (US$9,51 bilhões).


 

3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL

A participação paulista no total da balança comercial brasileira (todos os setores da economia) apresentou queda no primeiro semestre de 2024. As exportações caíram 0,6 ponto percentual, e as importações, 1,1p.p., apontando valores de 19,8% nas exportações e de 28,8% de representatividade para as importações (Figura 6).

Para o agronegócio, as exportações setoriais de São Paulo no primeiro semestre de 2024 representaram 17,0% do agronegócio brasileiro, alta de 1,5 p.p. comparados ao mesmo período do ano anterior, enquanto as importações recuaram em 0,9 p.p., fechando em 29,2% (Figura 6).

Em relação aos principais estados exportadores em valores, São Paulo aparece na segunda posição com 17,0% de participação, atrás de Mato Grosso (18,9%) que ocupa a primeira posição. Em terceiro lugar está o estado do Paraná (11,2%), seguido por Minas Gerais (10,0%) e Rio Grande do Sul (7,8%) (Figura 7). Esses cinco estados somados representam 64,9% das exportações totais do agro brasileiro no primeiro semestre de 2024.

 

A participação dos grupos do agronegócio paulista no agronegócio nacional no acumulado até junho de 2024 se destacou nos seguintes grupos de produtos, cuja participação em valores ultrapassa 50% do total nacional: sucos (83,6%), produtos alimentícios diversos (73,4%), demais produtos de origem vegetal (63,9%) e complexo sucroalcooleiro (56,2%) (Tabela 7).



1Estado produtor (unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

 

2Estado importador (unidade da Federação importadora) é definido como a unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.

 

3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos na opção “Tabela de Agrupamentos” em MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA. Agrostat. Brasília: MAPA, 2024. Disponível em: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html. Acesso em: jul. 2024.

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações, comércio exterior, grupo de produtos, superávit, saldo.


 

 

 

  

 

COMO CITAR ESTE ARTIGO

OLIVEIRA, M. D. M.; ANGELO, J. A.; GHOBRIL, C. N. Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Primeiro Semestre de 2024. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 19, n. 7, p. 1-19, jul. 2024. Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.

Data de Publicação: 30/07/2024

Autor(es): Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor