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Previsões e Estimativas de Safra do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2022/23, Junho de 2023
1 – INTRODUÇÃO A Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA-SP), por meio do
Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica
Integral (CATI), realizou entre 1 de junho e 7 de julho de 2023 o terceiro
levantamento da previsão e estimativa da safra agrícola para as principais
culturas do estado de São Paulo no ano corrente. Os resultados divulgados para
a safra 2022/23 foram obtidos pelo levantamento seguindo o método subjetivo1,
em todos os 645 municípios do estado de São Paulo. 2 – INDICADORES GERAIS Os resultados parciais e
finais de área e produção dos produtos agrícolas da atual safra estão
disponibilizados na tabela 1 para culturas anuais, e na tabela 2 para as
culturas perenes e semiperenes. Informações complementares sobre outras culturas e as principais
regiões produtoras encontram-se nas tabelas 3, 4 e 5, disponíveis para download2. O levantamento atual
(junho/2023) apresenta os números finais da safra agrícola 2022/23 das culturas
anuais: algodão, amendoim, arroz, batata da seca, feijão da seca, cebola de
bulbinho, milho primeira safra, soja e tomate envarado de inverno. Para as
culturas perenes, os resultados finais são da seringueira e da uva fina para
mesa. Para as demais culturas - banana, feijão de inverno, café, cana para
indústria, cana para forragem, cebola muda e plantio direto, laranja, mandioca
(indústria e mesa), milho da segunda safra, tomate rasteiro (indústria), trigo
e triticale -, as informações são parciais e, portanto, refletem a situação no
momento da pesquisa de campo (junho/2023). Elas serão encerradas nos próximos
levantamentos de setembro e/ou novembro deste ano. 3 - ACOMPANHAMENTO DA SAFRA AGRÍCOLA 2022/23 3.1 – Algodão O levantamento de junho de 2023 traz a estimativa final do algodão para a safra 2022/23. Os resultados obtidos registraram área total de 11,7 mil hectares, que representou 22,2% de expansão da cultura em relação à safra anterior. Tal avanço se refletiu num aumento da produção em 26,2%, estimada em 34,2 toneladas na safra 2022/23. Reforça-se que esse aumento na produção foi decorrente da expansão da área cultivada, uma vez que a produtividade do algodão de 2.926 kg/ha apresentou crescimento de apenas 3,2% em relação à safra de 2021/22. Com essas estimativas e informações complementares do Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), São Paulo corresponde a menos de 1% da área total cultivada brasileira, que tem a liderança do estado do Mato Grosso, com 77,8% do total de área de algodão3. As principais regiões produtoras na safra 2022/23 foram Avaré (27,0%), Votuporanga (26,3%) e Itapeva (19,8%), concentrando 73,1% do total produzido de algodão no estado de São Paulo. 3.2 – Amendoim Em relação a cultura do amendoim, observa-se nos resultados um aumento expressivo da produção em comparação a 2021/22, 736,3 mil toneladas, mais de 70 mil toneladas superior ao ciclo passado, o que corresponde a um aumento de 10,8%. Esse resultado é obtido em uma área 2,1% superior (178,2 mil hectares), com produtividade 4.132 kg/ha, valor 8,5% superior ao ano anterior. Em maio de 2023, segundo o Instituto de Economia Agrícola4, a saca de 25 kg de amendoim em casca foi comercializado em média a R$95,13, valor 48,3% superior ao praticado em junho de 2022 (R$64,16/sc.25 kg). O cenário internacional para a cultura também se mantém em alta5 com o estado de São Paulo como principal produtor nacional. As quatro regionais com maior expressão produtiva no estado são Tupã (13,6%), Marília (12,7%) e Jaboticabal (12,2%), que juntas são responsáveis por 38,5% da produção estadual. 3.3 – Arroz O levantamento de junho de 2023 traz a estimativa final do arroz para a safra 2022/23. Os resultados deste acompanhamento mostram área total de 5,9 mil hectares, que apresentou retração de 12,0% quando comparada à safra anterior. Dessa forma, observou-se queda de 16,0% na produção, estimada em 34,9 mil toneladas para esta safra. Salienta-se que essa queda foi decorrente da diminuição da área cultivada, uma vez que a produtividade de 5.945 kg/ha apresentou queda de apenas 4,5% em relação aos resultados da safra anterior. No estado de São Paulo, a produção de arroz está concentrada principalmente em três CATI Regionais: Guaratinguetá (39,3%), Pindamonhangaba (26,9%) e Registro (17,1%) que juntas representam 83,3% da produção paulista. 3.4 – Banana Em junho foi realizado o quarto acompanhamento da safra 2022/23 desta cultura, que sinalizou, em relação à safra anterior decréscimo de área com plantios novos, área em produção (-2,5%) e de produção (-2,4%). A produtividade manteve-se em 21.917 kg/ha. A atividade poderá atingir o total de 1.103,0 mil toneladas da fruta, em uma área total de 52,7 mil hectares. As principais CATI Regionais são Registro (68,4%), Santos (7,1%) e Avaré (4,0%), que reúnem 79,5% da produção paulista. Observa-se nas CATI Regionais de Registro, Jales, Votuporanga e Presidente Venceslau novas áreas com a cultura, correspondendo a 51,6% do total do estado. A cultura da banana torna-se atrativa aos produtores devido ao retorno rápido do capital investido. 3.5 – Batata da Seca (2ª Safra) O levantamento realizado em junho apresenta os resultados finais para o cultivo de batata da seca. Em relação à safra passada, a área aumentou 12,2%, chegando aos 9,0 mil hectares, com crescimento da produção de 21,1 %, ou seja, 282,9 mil toneladas e aumento de 7,9% na produtividade agrícola, que passou de 29.252 kg/ha para 31.574 kg/ha. A produção está concentrada nas CATI Regionais de São João da Boa Vista (36,8%), Itapeva (18,6%) e Avaré (18,6%), que juntas somam 74,0% da produção. 3.6 – Café Em abril de 2023, foi conduzido terceiro acompanhamento da safra de café no estado de São Paulo, estimando-se, atualmente, colheita de 4,89 milhões de sacas de 60 kg (corresponde a 300,8 mil toneladas do produto). Essa quantidade representa avanço de 1,2% acima da estimativa de abril de 20236. Esse incremento decorre não apenas da melhor condição de se avaliar a carga produtiva (pois os frutos já se encontram mais aparentes no interior das plantas, facilitando a elaboração de estimativas), como ainda reflete a alta de preços que propiciou avanço no patamar tecnológico empregado nas lavouras. Tal hipótese se confirma pelo comparativo dos resultados da estimativa de produtividade, que saltou de 25,6 sc. de 60 kg/ha, contabilizados em fevereiro de 2023, para 26,80 sc. de 60 kg/ha no atual levantamento, ou seja, incremento de 4,6% nesse indicador. Entre os mais relevantes cinturões cafeeiros do estado, o maior rendimento foi contabilizado na Regional de Franca com 29,86 sc. 60 kg/ha. O aumento da safra paulista de café não altera a percepção consolidada de que a atual colheita suplanta a anterior; contudo, posiciona-se abaixo da registrada em 2020/21, fenômeno que se repete em demais cinturões de arábica de outros estados. As regiões de Franca (42,4%), São João da Boa Vista (24,1%) e Marília (8,8%) representam 75,3% da produção cafeeira no estado. 3.7 – Cana para Indústria No atual ciclo produtivo, a cana para indústria apresenta redução de 1,7% em sua área total (soma das áreas nova e em produção), registrada em 5.974,7 mil hectares em relação a 2021/22, que foi de 6.076,3 mil hectares. Mesmo com a queda em área, a produção esperada é 2,6% superior ao ano anterior, alcançando 431.525,6 mil toneladas, valor impulsionado pelo crescimento de 3,9% da produtividade, com 79.835 kg/ha ante 76.816 kg/ha obtida em 2021/22. Em relação aos preços recebidos pelos produtores, o cenário se mantém estável ao observado há um ano: o clima não impactou negativamente a produtividade, a demanda por etanol está em alta, bem como as exportações de açúcar7; portanto, observa-se cenário positivo para a cultura. Algumas regionais se destacam, como Barretos (7,8%), Orlândia (7,0%) e Ribeirão Preto (5,7%), que contabilizam 20,5% da produção estadual, resultado que mostra que não há uma concentração produtiva no estado. 3.8 – Cebola 3.8.1 – Cebola de Bulbinho A estimativa final da área cultivada com cebola de bulbinho no estado de São Paulo apresentou expressiva variação positiva, chegando a 0,7 mil hectares (746,1 hectares), 243,7% superior em relação à safra passada. A produção também apresentou crescimento na ordem 274,9%, atingindo 31,9 mil toneladas, enquanto a produtividade passou de 39.229 kg/ha para 42.797 kg/ha, aumento de 9,1%. As principais regionais produtoras são Sorocaba (65,3%), São João da Boa Vista (21,1%) e Jaboticabal (12,4%), que representam 98,8% da produção. 3.8.2 – Cebola de Muda O levantamento realizado em junho inclui o segundo acompanhamento das safras de cebola de muda. A área ocupada cresceu 30,2% em relação à safra anterior, chegando a 2,6 mil hectares. A produção registrou aumento de 27,6%, chegando a 95,6 mil toneladas. Já a produtividade apresentou queda de 2,0%, atingindo 37.310 kg/ha. As principais regionais produtoras são Sorocaba (30,2%), Jaboticabal (22,5%) e São João da Boa Vista (17,8%), que representam 70,5% da produção paulista. 3.8.3 – Cebola de Plantio Direto O levantamento de junho aponta reduções de área e produção para o cultivo de cebola em plantio direto, de 37,8% e 30,5%, respectivamente. A área atingiu 1,8 mil hectares, e a produção, 101,0 mil toneladas, com produtividade de 55.323 kg/ha, 11,6% maior quando comparada à safra passada. As regionais de Jaboticabal (55,3%), São João da Boa Vista (36,9%) e Itapeva (3,8%) são as principais produtoras do estado, concentrando 96,0% da produção. 3.9 – Feijão Em junho de 2023, foram realizados o último levantamento para a cultura do feijão da seca (segunda safra) e o segundo levantamento do feijão de inverno (terceira safra), ambos do ano agrícola 2022/23. 3.9.1 – Feijão da Seca (2ª Safra) Para o feijão da seca (segunda safra), os números finais da safra 2022/23 apresentaram uma produção estimada em 44,25 mil toneladas (737,5 mil sacas de 60 kg), valor 41,9% superior à produção obtida na safra 2021/22. Esse resultado positivo se deve em parte à expansão de 36,4% de área cultivada e ao aumento de 4,0% na produtividade, que passou de um rendimento médio de 2.465 kg/ha para 2.565 kg/ha. Quanto à distribuição geográfica da produção no estado de São Paulo, cerca de 65% do volume produzido do feijão da seca está concentrado nas CATI Regionais de Avaré (25,4%), Itapeva (20,9%), São João da Boa Vista (17,7%). 3.9.2 – Feijão de Inverno (3ª Safra) No caso da cultura do feijão de inverno (irrigado e sem irrigação), a segunda estimativa da safra 2022/23 apresenta aumentos de 19,0% de área plantada (34,1 mil hectares) e de 12,9% para a produção prevista em 97,0 mil toneladas. Já a produtividade apresentou um recuo de 2.977kg/ha na safra 2021/22 para 2.844kg/ha na safra atual (-5,1%). O levantamento de campo indicou que 91,1% da área plantada com feijão de inverno é irrigada, proporcionando o rendimento médio de 49,2 sc./ha (2.9 t/ha), superior aos 34,5 sc./ha (2.0 t/ha) do plantio sequeiro Somando-se as três safras de feijão 2022/23, das águas e da seca (ambas encerradas), mais a previsão da safra de inverno (que se encerra em setembro), a expectativa da produção paulista é de serem produzidas 259,3 mil toneladas, incremento de 4,1% em relação à safra 2021/22. Enfatiza-se que, do plantio de inverno, a região de Avaré e Itapeva executam seus cultivos tardios entre meados de julho e começo de setembro, com colheita prevista entre outubro e dezembro. As outras regiões (Barretos e Orlândia), com atuação destacada no mercado atacadista de Guaíra (região de Barretos), abastecem o mercado entre junho e setembro. 3.10 – Laranja O levantamento realizado em junho traz números preliminares da safra 2022/23 para a cultura da laranja. A produção prevista é de 280,2 milhões de cx. 40,8 kg (11.433,5 mil toneladas), correspondente a 156,2 milhões de pés novos e em produção (388,7 mil hectares). Em relação à safra 2021/22, a previsão é de resultados inferiores, com redução de -10,4% na produção e de -11,0% na área plantada. A variação de produtividade nesta safra foi de 0,8%, ou seja, estabilidade em 31.619 kg/ha. A produção verificada contabiliza a safra paulista de laranja destinada ao mercado e à indústria, as caixas perdidas no processo produtivo e na colheita, bem como os frutos provenientes de pomares não expressivos economicamente. Em relação às principais áreas produtoras, destacaram-se as CATI Regionais São João da Boa Vista (11,0%), Barretos (10,1%) e Botucatu (7,5%), que foram responsáveis por 28,6% da produção do estado. 3.11 – Mandioca 3.11.1 – Mandioca para Indústria Em relação à mandioca para indústria, quando comparadas as informações deste levantamento com a safra anterior, a área apresentou crescimento de 0,9%, chegando aos 66,6 mil hectares. A produção cresceu 5,3% e atingiu 1.294,2 mil toneladas. Com isso, a produtividade cresceu 13,6%, ou seja, 29.003 kg/ha. Tupã (16,5%), Presidente Venceslau (16,1%) e Ourinhos (14,7%) são as principais regionais produtoras, e juntas somam 47,3% da produção paulista. 3.11.2 – Mandioca para Mesa Os resultados do levantamento de junho para mandioca para mesa apontam redução de 6,1% na área, passando de 22,8 mil hectares para 21,4 mil hectares (safra 2021/22). A produção apresentou redução de 2,1%, chegando a 298,0 mil toneladas. Isso reflete uma produtividade 2,5% maior em relação à safra passada, alcançando 17.851 kg/ha. Mogi-Mirim (26,4%), Jaboticabal (10,0%) e Presidente Venceslau (5,1%) são as principais regionais produtoras, e somam 41,5% da produção paulista. 3.12 – Milho 3.12.1 - Milho (1ª Safra) Os resultados finais para a cultura do milho 1ª safra mostram quedas de área, produção e produtividade. Possivelmente, os preços recebidos8 pelos produtores foram um fator importante para essa redução. Em junho de 2022, os produtores receberam em média R$84,00 pela saca de 60 kg de milho e, um ano depois (junho/2023), a mesma saca estava sendo comercializada em média a R$51,42, uma queda de 38,7%. Em relação à área em produção, a redução foi de 8,4%, 305,5 mil hectares ante 333,3 mil hectares cultivados em 2021/22. A produção caiu 11,6% (2.029,4 toneladas), com produtividade média de 6.644 kg/ha, rendimento 3,6% menor que o ciclo anterior. O milho de 1ª safra é cultivado nas 40 regionais do estado, sendo que Itapeva (14,1%), Itapetininga (11,7%) e São Joao da Boa Vista (10,6%) somam 36,4% da produção estadual. 3.12.2 Milho safrinha (2ª Safra) Em relação ao milho safrinha, as estimativas mostram uma produção praticamente idêntica à do ano 2021/22: 2.193,9 mil toneladas no ciclo atual ante 2.190,9 toneladas no anterior, variação positiva de 0,1%. Esse resultado está sendo obtido em uma área 4,4% menor (464,5 mil hectares) em virtude de uma produtividade 4,7% superior quando comparada à safra anterior. Convém ressaltar que embora a produtividade deste levantamento é superior à safra anterior, ela foi 18,6% inferior a observada no levantamento de abril de 20239. As temperaturas acima da média para o período influenciam neste resultado. As regionais de Assis (34,6%), Ourinhos (21,5%) e Presidente Prudente (10,0%) concentram 66,1% da produção estadual. 3.13 – Seringueira No mês de junho/2023, encerrou-se a safra paulista 2022/23 da seringueira. O levantamento realizado estimou uma produção total de 282,1 mil toneladas de coágulo de látex (matéria-prima da borracha natural), volume 6,6% superior ao obtido na safra de 2021/22, e ganhos de 1,5% na produtividade, apontando rendimento médio de 2.449 kg/ha (equivalente a 6,1 kg de coágulo/pé). A área total com os seringais expandiu 2,3%, totalizando 136,3 mil hectares, sendo que a área produtiva teve incremento de 5,0%, enquanto a área em formação apresentou redução de 9,8%. A heveicultura concentra sua maior produção nas regiões norte e noroeste do estado de São Paulo, tendo como as principais regionais as CATI de São José do Rio Preto (29,0%), General Salgado (14,6%) e Votuporanga (12,0%). 3.14 – Soja Embora a redução de preços recebidos pelos produtores também tenha impactado os sojicultores com uma redução de 30,4% em um ano (junho de 2023 em relação a junho de 2022)10, a cultura da soja manteve-se ainda em alta em São Paulo, com acréscimo de 0,8% na área em produção (1.274,2 mil hectares), expansão de pouco mais de 10 mil hectares em relação a 2021/22. A produção foi 3,6% superior (4.680,4 mil toneladas), com produtividade de 3.673 kg/ha, resultado 2,8% superior ao obtido no último ciclo. As Regionais de Itapeva (18,1%), Assis (11,7%) e Ourinhos (10,5%) são responsáveis por 40,3% da produção paulista. 3.15. – Tomate 3.15.1 – Tomate Envarado (Safra Inverno) O levantamento de junho de 2022 marcou o encerramento da cultura do tomate envarado safra de inverno (consumo in natura) do ano agrícola 2022/23, com resultados positivos. A produção foi estimada em 331,9 mil toneladas, 9,4 % superior ao volume produzido na safra 2021/22, com um incremento de 5,0% na área cultivada, que chegou a 4,2 mil hectares, enquanto a produtividade apresentou aumento de 4,2% com rendimento médio de 79.013 kg/ha. As principais regiões produtoras no estado de São Paulo da safra de inverno do tomate envarado são as CATI Regionais de Itapeva (62,2%), Mogi Mirim (12,1%) e Campinas (3,9%), que concentram cerca de 78,2% da produção paulista. 3.15.2 – Tomate Rasteiro (Indústria) * Para a cultura do tomate rasteiro (destino indústria), no mês de junho foi realizado o segundo levantamento de campo da safra 2022/23. As estimativas apontam uma produção esperada de 163,9 mil toneladas, área cultivada de 1,9 mil hectares e produtividade de 87.528 kg/ha. Comparada com a safra de 2020/21, a safra atual apresenta variações positivas para a produção (13,6%) e de área (14,0%), mas variação negativa para a produtividade (-0,4%). A CATI Regional de Barretos aparece como a principal região produtora, com 27,3% de participação na produção paulista, seguido pelas CATI Regionais de Votuporanga (21,9%) e Limeira (8,7%); as três juntas representam 57,9% da produção estadual. 3.16 – Trigo A produção paulista de trigo na safra 2022/23 está estimada em 409,5 mil toneladas, 3,4% inferior ao resultado obtido na safra anterior, por consequência da redução de área cultivada em 3,8% (126,4 mil hectares). Nessa relação, a produtividade se mantém estável (variação positiva de 0,4%) em 3.240 kg/ha. As regiões mais importantes na produção dessa safra são Itapeva (52,1%), Avaré (21,7%) e Itapetininga (17,5%), que dominam a produção com mais de 90,0%. 3.17 – Triticale . Neste levantamento para a cultura de triticale, novamente se ratificam reduções na área, produção e produtividade em relação à safra 2021/22. A área em cultivo estimada em 8,8 mil hectares é inferior em 16,0% ao último ciclo. Para a produção, espera-se queda de 26,0%, prevendo-se a colheita de 24,3 mil toneladas. Com esses parâmetros, a produtividade deve ser 12,0% inferior à safra passada e registrada atualmente em 3.240 kg/ha. A região de Itapeva é a principal no estado, concentrando 69,8% da produção paulista dessa cultura, seguida por Avaré com 22,3%; assim, elas totalizam mais de 90,0% da produção paulista de triticale. 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS11 Os resultados do levantamento por CATI Regional constam na tabela 3, e por Região Administrativa (RA) e Região Metropolitana (RM) na tabela 4; já os resultados de outros produtos agrícolas do levantamento de junho/2023 estão disponibilizados na tabela 5 (disponíveis em “Download de tabelas”12). O próximo levantamento das safras agrícolas do estado de São Paulo, a ser realizado em setembro de 2023, trará os resultados finais das culturas anuais (milho segunda safra, trigo e triticale) e das culturas perenes (banana e café), e as estimativas parciais do quarto levantamento para as culturas de cana para indústria, cebola de muda e laranja referentes à safra 2022/23. Ela terá também as primeiras informações de intenção de plantio das culturas anuais da safra de verão 2023/24. 1Entende-se por método subjetivo a coleta e a sistematização
de dados fornecidos pelos técnicos das Casas de Agricultura, em função de seu
conhecimento regional e/ou da coleta de dados de forma declaratória, fornecida
pelo responsável pela unidade de produção, em cada um dos 645 municípios do
Estado de São Paulo. 2Tabelas disponíveis para download:
http://www.iea.agricultura.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-31-2023tab.pdf. 3COMPANHIA NACIONAL DE
ABASTECIMENTO. Informações Agropecuárias – Safras – Séries históricas das
Safras – Algodão. 2023. Disponível em: https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/serie-historica-das-safras/item/download/48145_7553c0f3e0f6141b15751b70b390f3b3. Acesso em: ago.
2023. 4INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA. Preços Médios Mensais Recebidos Pelos Agricultores. São Paulo: IEA,
2023. Disponível em: http://ciagri.iea.sp.gov.br/nia1/precos_medios.aspx?cod_sis=2. Acesso em: ago. 2023. 5SAMPAIO, R. M. Amendoim: em
2022, as exportações do grão fortaleceram novos mercados, enquanto as do óleo
registraram alta. Análises e Indicadores dos Agronegócios, v. 18, n. 1, jan.
2023. Disponível em: http://www.iea.agricultura.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-04-2023.pdf. Acesso em: ago.
2023. 6MARTINS, V. A. et al. Previsões e Estimativas de Safra
do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2022/23, Abril de 2023. Análises e
Indicadores dos Agronegócios, v. 18, n. 7, jul. 2023. Disponível em: http://www.iea.agricultura.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-25-2023.pdf. Acesso em: ago.
2023. 7PEDUZZI, P. Produção
de cana deve crescer e chegar a 610 milhões de toneladas: sudeste tem colheita
5,8% maior: 387 milhões de toneladas. Brasília: Agência Brasil, 2023.
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2023-04/producao-estimada-de-cana-de-acucar-e-de-610-milhoes-de-toneladas. Acesso em: ago.
2023. 8Op. cit. nota 4. 9Op. cit. nota 6. 10Op. cit. 4 11Os autores agradecem o desempenho no levantamento dos
técnicos do DEXTRU, das Casas de Agricultura e dos diretores das CATI Regionais
e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), os comentários de
Celso Luis Rodrigues Vegro, pesquisador do IEA, e o apoio da equipe do Núcleo
de Informática para os Agronegócios (NIA) do IEA. 12Op. cit. 2
Palavras-chave: previsão de safra, área e produção, safra
agrícola 2022/23, estado de São Paulo. COMO
CITAR ESTE ARTIGO MARTINS, V. A. et
al. Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo,
Ano Agrícola 2022/23, Junho de 2023 Análises e Indicadores do Agronegócio,
São Paulo, v. 18, n. 8, ago. 2023, p. 1-18. Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.
Data de Publicação: 18/08/2023
Autor(es):
Vagner Azarias Martins (vagnermartins@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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Celma Da Silva Lago Baptistella (csbaptistella@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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Maximiliano Miura (maximiliano.miura@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Paulo José Coelho (pjcoelho@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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Talita Tavares Ferreira (taferreira@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor