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Balança comercial dos agronegócios no primeiro semestre de 2003
No primeiro semestre de 2003, a Balança Comercial brasileira registrou superávit de US$ 10,40 bilhões, com exportações de US$ 33,00 bilhões e importações de US$ 22,61 bilhões. Esse superávit, cerca de 4 vezes maior do que o de igual período do ano anterior, resultou de um aumento das exportações (+31,7%) bem superior ao modesto incremento das importações (+0,6%). As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 39,6% em relação ao primeiro semestre de 2002, atingindo US$ 14,36 bilhões (43,5% do total). Já as importações do setor subiram 5,3%, também em comparação com 2002, somando US$ 3,72 bilhão (16,5% do total). O superávit do agronegócio foi de US$ 10,64 bilhões1, 57,6% superior ao do primeiro semestre do ano
passado (gráfico 1).
As participações das exportações e das importações do agronegócio nos totais do País apresentaram crescimento (gráfico 2).
As exportações do Estado de São Paulo2 no primeiro semestre de 2003, somaram US$ 10,12 bilhões (30,7% do total nacional) e as importações3, US$ 9,72 bilhões (43,0% do total nacional). Isto significa um superávit de US$ 405,24 milhões, resultado que deve ser destacado, já que no primeiro semestre de 2002 o Estado acumulou déficit de US$ 853,87 milhões. Esses dados indicam que a Balança Comercial paulista deverá apresentar superávit ao final do ano, como ocorreu em 20024. Em relação ao primeiro semestre do ano anterior, o valor das exportações aumentou 14,6% e o das importações, 0,3%. O agronegócio paulista também apresentou exportações crescentes (+18,9%), atingindo US$ 3,19 bilhões, enquanto as importações diminuíram 4,9%, somando US$ 1,39 bilhão. O saldo foi de US$ 1,80 bilhão5, 47,5% maior do que o de igual período de 2002 (gráfico 3).
A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado aumentou 1,1 ponto percentual, enquanto a participação das importações diminuiu 0,8 ponto percentual (gráfico 4).
Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações de São Paulo representaram cerca de 22,2%, 3,9 pontos percentuais a menos do que no primeiro semestre de 2002. Já as importações representaram 37,4%, 4,0 pontos percentuais a menos do que no ano anterior (gráfico 5).
Os
principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio
paulista, no primeiro semestre de 2003, foram bovinos (US$ 700 milhões), frutas
(US$ 570 milhões), especialmente suco de laranja (US$ 550 milhões), produtos
florestais (US$ 530 milhões), cana e sacarídeas (US$ 450 milhões) e cereais /
leguminosas / oleaginosas (US$ 220 milhões). Em âmbito nacional, os principais
agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio foram cereais /
leguminosas / oleaginosas (US$ 3,98 bilhões), produtos florestais (US$ 2,64
bilhões), bovinos (US$ 1,89 bilhão), suínos e aves (US$ 1,09 bilhão) e café e
estimulantes (US$ 860 milhões).
A quantidade6 de produtos do agronegócio
exportada pelo Brasil cresceu 37,2%, quando comparada com a de igual período de
2002, enquanto a quantidade exportada pelo Estado de São Paulo aumentou 22,7%.
Os preços dos produtos do agronegócio exportados subiram 1,7% em nível nacional
e caíram 3,1% no âmbito de São Paulo.
Entre os produtos do agronegócio que apresentaram crescimento de quantidades
exportadas, destacaram-se, em nível nacional, soja (86,8%), carnes (47,9) e
peixes e crustáceos (38,7%).
Cerca de 53,5% do valor das exportações do agronegócio, no primeiro semestre de
2003, corresponderam, em nível nacional, a produtos industrializados
(manufaturados e semimanufaturados). No Estado de São Paulo, a participação de
produtos do agronegócio industrializados foi bem maior (78,5% do total).
Entre as categorias de uso, matérias-primas e produtos intermediários foram o
grupo predominante no período de janeiro a março de 2003, representando 62,0% do
valor total de exportações nacionais de mercadorias do agronegócio. No caso do
Estado de São Paulo, o grupo de bens de consumo foi o principal (49,0% do valor
total).
Os agregados do comércio exterior do Brasil e de São Paulo, para o total e para
os agronegócios, são apresentados nas tabelas 1a a 3a.
Tabela 1a. - Brasil - Comércio Exterior, Primeiro Semestre
de 2002 e 2003
(US$ bilhão)
. | | | Partic. do
Agronegócio(%) | |||||
Ano | Exportação | Importação | Saldo | Exportação | Importação | Saldo | Exportação | Importação |
2002 | 25,05 | 22,46 | 2,59 | 10,28 | 3,53 | 6,75 | 41,0 | 15,7 |
2003 | 33,00 | 22,61 | 10,39 | 14,36 | 3,72 | 10,64 | 43,5 | 16,5 |
Tabela 2a. - Estado de São Paulo - Comércio Exterior,
Primeiro Semestre de 2002 e 2003
(US$ bilhão)
. | | | Partic. Do
Agronegócio(%) | |||||
Ano | Exportação | Importação | Saldo | Exportação | Importação | Saldo | Exportação | Importação |
2002 | 8,83 | 9,69 | -0,86 | 2,68 | 1,46 | 1,22 | 30,4 | 15,1 |
2003 | 10,12 | 9,72 | 0,40 | 3,19 | 1,39 | 1,80 | 31,5 | 14,3 |
Tabela 3a. - Participação do Comércio Exterior do Estado de
São Paulo no Brasileiro, Total e Agronegócio, Primeiro Semestre de 2002 e
2003
(%)
| | |||
Ano | Exportação | Importação | Exportação | Importação |
2002 | 35,2 | 43,1 | 26,1 | 41,4 |
2003 | 30,7 | 43,0 | 22,2 | 37,4 |
_____________________________
1 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes
dos Demais Setores, o superávit do agronegócio brasileiro foi de US$ 11,31
bilhões.
2 Estado
produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação
estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os
produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados,
total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi
completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua
forma final.
3 Estado
importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da
Federação do domicílio fiscal do importador.
4 No ano de 2002, a Balança Comercial paulista passou
a apresentar superávits somente a partir do mês de agosto.
5 Excluindo-se bens de
capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio
paulista foi de US$ 2,02 bilhões.
6 As discussões sobre quantidades e preços baseiam-se
em resultados provenientes do cálculo de índices pela fórmula de Fisher.
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Data de Publicação: 16/07/2003
Autor(es):
José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Nelson Batista Martin (nbmartin@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor
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