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Inicia-se A Colheita De Feijão Das Águas 2001/02
Em
novembro, inicia-se a colheita de feijão das águas no Estado de São Paulo, que
se estende até janeiro do próximo ano, estimando-se uma produção de 92,7 mil
toneladas (3,3% superior à primeira safra do ano anterior) e o aumento de 7,9%
na área.
O primeiro levantamento de safra 2001/02, realizado pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) nas regiões produtoras de primeira safra, indica aumento
de área em até 13,1% e de produção em até 12,6%, em termos de Brasil. Espera-se
crescimento de área e produção para todas as regiões, com destaque para o
norte-nordeste, cuja estimativa de acréscimo é de 16,1% para a área e de 65,3%
para a produção, com reflexos positivos na produtividade que poderá crescer
42,5%. Nas demais regiões, esperam-se quedas nas produtividades (Tabela
1)
Tabela 1 - Área, Produção e Produtividade da Primeira Safra
da Cultura de Feijão,
por
Estado e Região, Brasil, 2000/2001 e 2001/2002
| | | | ||||||
| | | | | | | | | |
Paraná | 334,0 | 394,1 | 18,0 | 344,7 | 394,1 | 14,3 | 1.032 | 1.000 | -3,1 |
Santa Catarina | 124,4 | 130,6 | 5,0 | 149,3 | 143,7 | -3,8 | 1.200 | 1.100 | -8,4 |
Rio Grande do Sul | 117,9 | 129,7 | 10,0 | 119,1 | 116,7 | -2,0 | 1.010 | 900 | -10,9 |
Sul | 576,3 | 654,4 | 13,6 | 613,0 | 654,5 | 6,8 | 1.064 | 1.001 | -5,9 |
Minas Gerais | 203,1 | 223,4 | 10,0 | 211,2 | 223,4 | 5,8 | 1.040 | 1.000 | -3,8 |
Espirito Santo | 11,0 | 11,6 | 5,5 | 8,3 | 8,7 | 4,8 | 755 | 750 | -0,6 |
Rio de Janeiro | 3,4 | 3,6 | 5,9 | 2,5 | 2,6 | 4,0 | 735 | 722 | -1,8 |
São Paulo | 78,0 | 84,2 | 7,9 | 89,7 | 92,7 | 3,3 | 1.150 | 1.100 | -4,3 |
Sudeste | 295,5 | 322,8 | 9,2 | 311,7 | 327,4 | 5,0 | 1.055 | 1.014 | -3,9 |
Mato Grosso | 5,0 | 5,3 | 6,0 | 3,0 | 3,2 | 6,7 | 600 | 604 | 0,6 |
Mato Grosso do Sul | 1,5 | 1,6 | 6,7 | 1,7 | 1,8 | 5,9 | 1.133 | 1.125 | -0,7 |
Goiás | 45,3 | 49,8 | 9,9 | 83,8 | 87,2 | 4,1 | 1.850 | 1.750 | -5,4 |
Distrito Federal | 8,7 | 9,1 | 4,6 | 18,8 | 19,7 | 4,8 | 2.161 | 2.165 | 0,2 |
Centro Oeste | 60,5 | 65,8 | 8,8 | 107,3 | 111,9 | 4,3 | 1.774 | 1.698 | -4,2 |
Centro-Sul | 932,3 | 1.043,0 | 11,9 | 1.032,1 | 1.093,8 | 6,0 | 1.107 | 1.049 | -5,2 |
Norte-Nordeste | 370,5 | 430,0 | 16,1 | 130,4 | 215,6 | 65,3 | 352 | 501 | 42,5 |
Brasil | 1.302,8 | 1.473,0 | 13,1 | 1.162,5 | 1.309,4 | 12,6 | 892 | 886 | -0,8 |
Fonte: Companhia Nacional de
Abastecimento CONAB).
Observação: Considerou-se a
estimativa do limite superior para a safra 2001/02.
No
nível dos estados, o Paraná foi o maior produtor da primeira safra de feijão em
2000/01, não apenas em área (334,0 mil hectares) mas também em produção (344,7
mil toneladas). São Paulo ocupou a quinta posição tanto em área (78,9 mil ha)
como em produção (89,7 mil t), precedido de Minas Gerais, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Em termos de produtividade, o Distrito Federal sobressaiu-se com
2.161 quilos por hectare, seguido de Goiás (1.850 kg/ha), Santa Catarina (1.200
kg/ha), São Paulo (1.150 kg/ha) e Mato Grosso do Sul (1.133 kg/ha).
Nos últimos 14 anos, o apogeu da primeira safra de feijão no Brasil foi
alcançado em 1991/92, com 1,9 milhão de hectares cultivados, estimulado não só
pelos elevados preços que chegaram a R$150,00 a saca em maio de 1991 (em valores
de hoje), como também devido ao estímulo governamental à produção através do
crédito de financiamento (VBC, investimento e EGF) e dos preços mínimos de
garantia. Tanto os preços como os estímulos governamentais estão correlacionados
à ocorrência do El Niño em 1990/91, que prejudicaram principalmente a segunda
safra daquele ano-safra, principalmente na Bahia. A menor área cultivada com a
primeira safra de feijão no período ocorreu em 2000/01, desestimulada pelos
níveis de preços no mercado no primeiro semestre de 2000.
O menor preço médio mensal recebido pelos produtores paulistas, neste ano,
ocorreu em janeiro, com R$53,76 a saca, acima, mesmo assim, de valores
observados em vários meses em 2000, ano em que foi observado o máximo de
R$58,13/sc. (em agosto), tendo os produtores paulistas, em vários meses,
recebido preços médios próximas de R$40,00/sc., rente ao custo de produção por
saca..
Os preços diários recebidos pelos produtores no Escritório de Desenvolvimento
Regional (EDR) de Itapeva ficaram estagnados em R$60,00 a saca entre 14 de
setembro a 18 de outubro, indicando estabilidade no mercado; do mesmo modo, no
EDR de Presidente Prudente, os preços médios diários ficaram estagnados em
R$55,00 entre 26 de setembro a 23 de outubro. Por outro lado, o preço do feijão
Carioquinha tipo 1 no atacado não permaneceu estagnado no período com variação
entre R$65,00 e R$70,00 a saca.
A oferta de feijão, no dia 11/10/01, teve a seguinte origem, segundo Bolsinha
Informs: São Paulo (83,0%), Minas Gerais (10,0%) e Goiás (7,0%). Já no dia
26/10/01, a oferta teve seguinte origem: São Paulo (65,0%), Minas Gerais (16,0%)
e Argentina (19,0%).
Em Santa Catarina, o excesso de chuvas ocorridas na última semana de setembro
acarretou perdas nas áreas cultivadas, sendo que nas regiões de Chapecó, Xanxerê
e Concórdia as perdas estão sendo estimadas em 10% da área total plantada e, no
total do Estado, em torno de 8%. Por outro lado, no Estado do Paraná, apesar de
adversidades climáticas como geadas e chuvas em algumas regiões, as perspectivas
são muito boas, sobretudo se se confirmar o aumento de área de 18% previsto para
esta safra.
Espera-se, em novembro, a entrada de grãos novos no mercado paulista de feijão,
tão valorizados pelos consumidores. Devido a esta preferência, os preços neste
mês poderão não cair proporcionalmente ao aumento na oferta, pois o produto novo
é superior em qualidade ao que foi colhido dois ou três meses atrás.
Data de Publicação: 08/11/2001
Autor(es):
Ikuyo Kiyuna Consulte outros textos deste autor
Humberto Sebastiao Alves (hsalves@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor